Transtorno de Estresse Pós-Traumático

Transtorno de Estresse Pós-Traumático - Inicialmente na guerra e hoje tão atual



Na atualidade, infelizmente tornou-se frequente recebermos notícias sobre eventos catastróficos provocados por homens e por desordens da natureza. Quase que diariamente somos rodeados por casos de violência. Vivemos hoje em um lugar que eu particularmente o chamo de "selva de pedra" (Termo utilizado como título de telenovela brasileira escrita por Janete Clair em 1972 e readaptada em 1986).

Todos os dias geralmente as pessoas buscam alcançar seus objetivos com muito trabalho e esforço. E ao sair de casa (e em alguns casos dentro da própria casa), se inicia a luta pela sobrevivência.

Em estado de alerta constante, na posição de defesa, quase que preparados para conseguir sair mais um dia ileso de uma "selva", onde existem possíveis riscos a qualquer momento e lugar. Diante deste cenário, os transtornos psiquiátricos atingem altos índices entre populações de todas as idades. Estresse, ansiedade e depressão são os mais mencionados segunda a Organização Mundial da Saúde (OMS), em folha interativa em março de 2018 cita que existem cerca de 300 milhões de pessoas de todas as idades que sofrem de Depressão, sendo uma das principais causas de incapacidade na atualidade.

Entre os transtornos quero destacar o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, que também é muito importante conhecer e está muito presente na atualidade, inicialmente foi investigado em soldados experientes após guerra. Está relacionado a traumas e estressores e conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V (APA, 2014) se desenvolve após a pessoa ficar exposta a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual.

Muitas pessoas que vivenciam, testemunham pessoalmente e ou tomam conhecimento de eventos violentos com familiares próximos, assim como diretamente com estes eventos traumáticos se encaixam nos critérios do DSM-V e podem vivenciar o sofrimento provocado pelo transtorno.

Os principais sintomas segundo o DSM-V, são lembranças intrusivas, sonhos angustiantes, reações como se o evento estivesse acontecendo naquele momento, sofrimento psicológico intenso associado a situações que remetem ao evento, reações fisiológicas, evitação de estímulos, esforço para evitar lembranças, pensamentos e sentimentos que lembrem o evento, dificuldades cognitivas, entre outras mais que causam muito sofrimento e podem incapacitar. A manifestação destes sintomas podem ocorrer de forma imediata ou meses após o evento.

kristensen et al. (2005) observaram que na população em geral é possível estimar, que em torno de 60% a 90% dos indivíduos serão expostos a um evento estressor potencialmente traumático ao longo da vida. Mas não são todas as pessoas expostas a estas eventos que reagem da mesma maneira ou desenvolvem o Transtorno.

Enfim, podemos levantar várias questões, mas o importante é saber que ao vivenciar um evento traumático não é possível esquecer a menos que tenha ocorrido algum comprometimento neurológico. O evento passa a ser parte da história da pessoa, e o que modifica em cada individuo é a maneira de enfrentar o problema. Por este motivo, observar, prestar atenção em pessoas que viveram eventos traumáticos é muito importante. Assim como buscar apoio psicológico para trabalhar as habilidades que a fortalecerão para lidar com a situação e consequentemente reduzir a possibilidade de desenvolvimento de outros transtornos. 

Dúvidas ou curiosidade sobre o assunto, estamos à disposição. Se quiser agendar uma consulta, será atendimento com muito carinho e respeito. 

Abraços

Adriana Vieira
Psicóloga Especialista em Psicologia Clínica pelo CETCC
Especialista em Neuropsicologia pelo HC-FMUSP

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Referências Bibliográficas:
American Psychiatric Association (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (5a. ed. rev.). Porto Alegre: Artmed.
Kristensen, C.H.; Parente, M.A.M.P. e Kaszniak, A.W. (2005). Transtorno de Estresse Pós-Traumático: Critérios diagnósticos, prevalência e avaliação. Em: Caminha, R.M. (Org.), Transtornos do Estresse Pós-Traumático (TEPT): Da neurobiologia à terapia cognitiva (pp. 15-35). São Paulo: Casa do Psicólogo.
CAMINHA, Renato Maiato. Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT). 1. ed. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.

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