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Mostrando postagens de 2019

Saúde mental do trabalhador

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O trabalho, é reconhecidamente, o local onde passamos a maior parte do nosso dia. Por este motivo, um ambiente saudável e harmônico é fundamental, não só para que o profissional mantenha o equilíbrio emocional, mas também, para que o mesmo atinja bons resultados e obtenha o desempenho esperado. No entanto, cada vez mais encontramos profissionais afetados por doenças relacionadas ao trabalho e grande parte delas são doenças mentais. Essas patologias geral faltas e até mesmo afastamentos prolongados, ocasionando, inclusive, acidentes de trabalho. Desta forma, atentas a este problema, muitas empresas têm procurado investir em programas de Qualidade de Vida e em prevenção de doenças no trabalho. No entanto, infelizmente, o paradoxo começa quando se observa outras questões. Estruturas organizacionais cada vez mais enxutas, metas muito agressivas, competitividade acirrada; entre outros problemas enfrentados pelo profissional, são alguns dos fatores que levam-no a adoecer. Sem conta

Intolerância Religiosa

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Intolerância Religiosa – Caso Kayllane Campos Este texto é baseado na minha monografia, apresentada em 2017, para obtenção do título de especialista em Psicologia Junguiana ( IJEP/FACIS ). Na visão de Carl Gustav Jung, tudo tem uma explicação, um simbolismo que nos une ao mundo. O próprio tema desta monografia veio de encontro a uma indignação pessoal. Indignação é a minha motivação pessoal, pois tive a oportunidade de conhecer vários templos religiosos, na Europa, e observar a história desses conflitos. O exemplo de intolerância religiosa abordado neste texto é o caso de Kayllane Campos, uma menina de 11 anos (2015, RJ) que, ao sair de um culto de Candomblé foi vítima de preconceito religioso e agredida a pedradas por dois homens da religião evangélica. Esses homens, visivelmente alterados, ostentavam a Bíblia e gritavam frases do tipo: “É o Diabo; vá para o inferno; Jesus está voltando”. A menina foi atingida na cabeça e sangrando muito, foi socorrida por fami

Transtorno de Estresse Pós-Traumático

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Transtorno de Estresse Pós-Traumático - Inicialmente na guerra e hoje tão atual Na atualidade, infelizmente tornou-se frequente recebermos notícias sobre eventos catastróficos provocados por homens e por desordens da natureza. Quase que diariamente somos rodeados por casos de violência. Vivemos hoje em um lugar que eu particularmente o chamo de "selva de pedra" (Termo utilizado como título de telenovela brasileira escrita por Janete Clair em 1972 e readaptada em 1986). Todos os dias geralmente as pessoas buscam alcançar seus objetivos com muito trabalho e esforço. E ao sair de casa (e em alguns casos dentro da própria casa), se inicia a luta pela sobrevivência. Em estado de alerta constante, na posição de defesa, quase que preparados para conseguir sair mais um dia ileso de uma "selva", onde existem possíveis riscos a qualquer momento e lugar. Diante deste cenário, os transtornos psiquiátricos atingem altos índices entre populações de todas as ida

Hoje é dia da Conscientização do Autismo

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2 de abril Dia da Conscientização do Autismo Pensando na crescente desse transtorno, sabemos o quanto é importante conscientizar as pessoas sobre, mostrando quais são os sinais, características e orientando sobre o que se deve fazer. Você sabe o que é Transtorno do Espectro Autista (TEA)? Trata-se de um transtorno no neurodesenvolvimento. É um assunto complexo, no entanto, há aspectos básicos para que se possa compreender de forma clara este conceito. Segundo o DSM-5 o Transtorno do Espectro Autista é descrito como déficits persistentes na: - comunicação, podendo ser verbal ou não verbal; - interação social; - alterações sensoriais; - comportamentos restritos e repetitivos; Até hoje não tem comprovação de fato sobre as causas do TEA, existem diversas pesquisas em andamento, o que se sabe, é que suas causas são multifatoriais, existe o fator genético e o fator ambiental. Embora não seja possível apontar a causa básica, existem diversas condições associadas ao trans

Ciúme romântico X Ciúme Patológico

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Ciúme romântico X Ciúme Patológico: Você consegue diferenciar um do outro?  O ciúme é um dos sentimentos mais presentes nos relacionamentos, sejam eles héteros, sejam homo afetivos. Há quem entenda que não há amor, se não houver ciúme. Se, por um lado, essa forma de enxergar o relacionar-se é tido como algo esperado, por outro, é gerador de angústia para o parceiro(a), quando esse ciúme extrapola os limites do sensato e saudável. Daí a importância de, tanto quem sente, quanto quem está sendo alvo do sentimento, perceba que esse limite está sendo ultrapassado. Quando falamos em ciúme romântico, presente em praticamente todas as relações, vemos muito mais, comportamentos de zelo e cuidado, do que tentativas de invasão e controle. Já quando o assunto é ciúme patológico, há o empenho em monitorar o outro, chegando ao ponto de tentar saber, se é possível, até no que ele está pensando. Em tempos de redes sociais, celulares e outras formas de comunicação, para

Como você está se sentindo agora?

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Como você está se sentindo agora?  Em tempo de vida corrida, foco em produtividade e excesso de diagnósticos, a pergunta "Como você está se sentindo agora?" parece ter perdido o seu sentido de expressão de subjetividade. Estamos em um período histórico em que o que nos move é sempre acompanhado da necessidade de produzir mais, realizar mais, atingir mais objetivos. Dessa forma, os sentidos têm sido delegados à categoria de coadjuvantes, ou até de violão do sucesso. Acontece que somos seres que sentem e não conseguimos fugir dessa nossa dimensão, por mais que tentemos. Podemos nos distrair temporariamente, mas em algum momento da vida seremos surpreendidos por isto que não tem forma concreta e não tem lógica. Isto que nos toma e, se não cuidado, nos impede de fazer, de produzir, de seguir. Por vezes, literalmente de seguir (você já ouviu alguém falar que sentiu tanto medo que foi incapaz de andar? Pois é). Para cuidar desta dimensão da nossa existência, precisam

Um pouco de humanidade diante da dor - como lidar com o sofrimento nas situações de crise

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Na última semana, fomos todos acometidos por uma grande tragédia de proporções doloridas e desastrosas. Uma situação de crise como a que aconteceu na escola estadual de Suzano toca a cada um de nós em particular e também afeta a nossa coletividade, despertando medos e angustias as quais cotidianamente não prestamos tanta atenção. Diante de tamanho sofrimento, é comum que questões de grande angústia sejam trazidas principalmente por crianças e adolescentes, pois a escola é um dos lugares que mais inspira segurança e vinculação social e emocional. E, então, nos deparamos com uma questão fundamental: como auxiliar nossas crianças a lidarem com as emoções e os sentimentos que emanam à partir de uma situação traumática? Essa é sempre uma questão delicada e que depende de fatores diversos, mas algumas medidas simples podem ser adotadas para auxiliar na condução desta questão, e estão aqui algumas possibilidades: Em uma situação de crise e/ou desastre, a primeira coisa que se perde é

Relacionamento abusivo: Você conseguiria reconhecer se estivesse em um?

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Relacionamento abusivo: Você conseguiria reconhecer se estivesse em um? Ele pode se dar entre pais e filhos, casais, amigos... Vamos, entretanto, fazer algumas considerações sobre os relacionamentos tóxicos/abusivos entre parceiros afetivos, em virtude de estarmos vendo um aumento significativo e alarmante dessa forma de relacionar-se adoecida. Normalmente, ele começa de forma gradativa, com depreciações, proibições, tentativas de isolar o parceiro do convívio familiar e/ou social. Exatamente porque as coisas começam brandas e vão se intensificando com o tempo, algumas vítimas do relacionamento abusivo custam a perceber que estão sendo enredadas em uma teia de violências. Algumas, entretanto, se dão conta do que está acontecendo mas, mesmo assim, tem dificuldade em sair dessa situação. Afinal, porque continuarmos num relacionamento gerador de sofrimento e angústia? Por mais incoerente e absurdo que possa parecer, algumas pessoas acabam por buscar esse tipo de relacio

Depressão, transtorno de humor

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Comumente ouvimos alguém dizer que está triste e desanimado e lá vai o diagnóstico do senso comum... está com depressão, algumas vezes até com tratamento medicamentoso, que seria totalmente dispensável. Tão preocupante quanto a primeira situação é se deparar com um quadro instalado de depressão e dizer que é frescura ou falta de vontade. O eterno FLAxFLU da psicopatologia: A patologização do normal X a normalização do patológico. A depressão clínica ou biológica não é apenas um humor passageiro. O sentimento de inadequação e desesperança perdura por semanas, meses ou anos e precisa de acompanhamento médico psiquiatria e/ou psicológico. A depressão pode afetar qualquer pessoa em qualquer momento da sua vida, inclusive crianças e adolescentes. Na maioria dos transtornos mentais, não há pesquisas conclusivas a respeito da origem desta condição, no entanto, pode-se considerar uma combinação de fatores, que incluem genética, composição neurobiológica, histórico familiar, a própria

O Jovem e a Escolha Profissional

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O Jovem e a Escolha Profissional Não posso nem tentar me divertir  O tempo todo eu tenho que estudar Fico só pensando se eu vou conseguir  Passar nesse tal de vestibular (Trecho da música "Química" de Renato Russo) Sabemos que a adolescência é um período de transição no desenvolvimento humano e a escolha da profissão faz parte dessa transição, pois significa "entrar no mundo dos adultos". Essa escolha, porém, é motivo de muitos conflitos para o jovem, pois este sofre com a pressão da família, dos amigos, da mídia e com suas próprias dúvidas.  Com a globalização e a modernização de alguns processos, a diversidade de profissões e áreas de atuação cresce a cada dia mais, aumentando também os dilemas dos adolescentes sobre o que escolher. Muitos jovens, nesse período, recebem uma verdade sobrecarga de informações e acabam optando por uma profissão, tomando como base, muito mais os referenciais externos, do que nos próprios anseios.  No Brasil os

O som do silêncio

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O som do silêncio Ela ficou em silêncio um, cinco dez, quinze minutos. Ainda que estivesse angustiada com falta de som na sala e pensando no que sua terapeuta estava pensando, não conseguiu perguntar ou dizer. Lá fora, ouvia vozes animadas, talvez uma conversa na recepção, talvez alguém rua. Dentro da sala, ouvia sua respiração e só. A terapeuta a olhava, ela sabia, mas ela não olhava de volta. Queria contar que dentro do peito morava um vazio que ela não sabia explicar de onde veio e para onde ia. Queria chorar, mas não conseguia - quase nunca chorava. Queria falar, mas não encontrava por onde começar ou como descrever o que sentia. Queria ser abraçada, mas não conhecia quem pudesse lhe oferecer o abraço necessário para preencher o vazio do peito (será que existiria esse abraço?). No lugar de todas as expressões, reinava o silêncio que já chegava a quase 20 minutos. Muitas vezes tentava imaginar o que a terapeuta pensava quando ela se silenciava. Gostava de imaginar que e

Sobre laranjas, panelas e o desejo de compartilhar as experiências humanas"

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 "Sobre laranjas, panelas e o desejo de compartilhar as experiências humanas" Tempo de leitura 4 minutos Já faz algum tempo que as relações humanas viraram um nicho de mercado. Não raro encontrarmos em sites, livrarias e mídias sociais materiais de todo o tipo que concentram explicações, tutoriais, rituais ensinando às pessoas técnicas e macetes para relacionarem-se melhor. Geralmente, isso tudo é direcionado para o âmbito das relações amorosas e/ou conjugais; não por acaso, aquelas que muitas vezes mais nos despertam angústia. Acredito que assim seja exatamente porque as relações amorosas consistem em experiências que abarcam não apenas as nossas fantasias e vivências mais íntimas conosco mesmos, mas principalmente as experiências que incluem o outro: um outro que, quando nos apaixonamos, sempre é território desconhecido e almejado para se desbravar e possuir. O ápice de todas essas informações comumente se concentra em alguma colocação simplista e quase que aut

Sobre Banalização dos Transtornos Mentais

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Tempo de leitura aproximado:  1 minuto e 40 segundos Cada dia mais nos deparamos com amigos, familiares e até mesmo nós (por que não?), utilizando de diagnósticos de transtornos mentais para se referir a sentimentos e ações do cotidiano. Quantas vezes você já ouviu "hoje eu estou depressivo"? Frases como "Nossa, isso é TOC!", são comumente ditas e ouvidas quando a pessoa tente a ser bastante organizada. Se você costuma limpar muito, você tem TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo). Se você está agitado por conta de uma situação que está por vir, você tem TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada). Se você passou por uma situação difícil recente, tem TEPT (Transtorno do Estresse Pós Traumático). Para além disso, em algumas mídias sociais, o termo "esquizofrenia" pode ser visto descrevendo políticos e comportamento de mercado financeiro. Vocês sabiam que há muito tempo esse termo é associado com "comportamentos contraditórios"? Nesse caso